Quase
distraída, passou a mão em alguns papéis e numa caixa de lápis coloridos.
Jogou
tudo na mesa e, em uma folha, rabiscou um “coração”. Começou com um contorno e
finalizou preenchendo-o na cor vermelha, quase rasgando: o peito e a alma. Ao
terminar, ainda lembrou-se do tempo de criança, quando os desenhos eram anseios
para projetos futuros. Agora, adulta, apenas um meio de esquecer.
Levantou e pegou
a tesoura, antes largada em cima de um móvel.
Furou o desenho, arrancou a parte
feita há pouco e dilacerou-a com raiva.
Fixou os olhos na parte preservada... E
desejou que também assim fosse dentro dela...
Como seria bom se pudéssemos arrancar de nós o que nos faz sofrer e destruir, como fizera com o desenho no papel.....
ResponderExcluirSeria prático... e rápido!
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