terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Vácuo

Em alguns de meus sonhos – os mais profundos – desejo o vazio profundo. Sem lampejos, argumentos, esperanças ou ruídos.
Anseio o nada que vive em mim e que, insistentemente, fala silenciosamente sobre minha incrível capacidade de “não ser”.
Sei: sou nada, sou ninguém. E queria apagar o que – em mim – ainda resiste.


domingo, 29 de janeiro de 2017

Em tempo, há tempo... - Pequenez

Raiva,
Repulsa,
Asco,
Mágoa,
Rancor,
Aversão,
Ira,
Irritação,
Indignação...
Por que toda essa palhaçada?
Não tem graça!
Explodam,
Triturem,
Esmaguem,
Acabem,
Esqueçam-me!
Natureza adâmica,
Voraz,
Feroz...
Liquida sonhos,
Imagens,
Sanidade...
Carne fraca,
Feia,
Suja,
Velha,
Inútil,
Limitada.
Mente pobre,
Triste,
Incapaz,
Incompetente,
Irracional.
Parem com esse barulho! 

Quero silêncio,
Agora,
Sempre,
Pra sempre!
Ao menos parem o mundo,
Quero descer!
Descer de mim,
De tudo,
De todos.
Silêncio!
Preciso dormir...

(Texto de dezembro de 2009, mas mais atual que nunca)

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Nulo(a)

“E quando menos se espera, o pensamento pesa insistente nos motivos errados. Quero, mas tenho ojeriza disso. 
A roda gigante sobe e desce sem razões, sem explicações. Tenho vontade de me jogar, tendo em vista que o movimento é rápido demais e não tenho tempo para digerir o que vejo e ouço. 
Sentimentos desconexos e sem verdade aparente. Não compreendo e por isso me autoflagelo. Tento rasgar o coração (que já se encontrava ferido) em sintomas tão estúpidos como noutras vezes. 
Se pudesse, apagaria todas e quaisquer percepções. Mas tenho que enfrenta-las, mesmo sabendo que no final não restará nem a lição aprendida.”

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Em tempo, há tempo... - Enlace

Texto escrito em 2009. Na ocasião, precisava de um abraço. Sem maldades, sem preconceitos, sem análises. Só o acalento que um “envolver” pode oferecer. É um dos meus escritos que mais gosto. E repito, em palavras e intenção.

Enlace

Preciso de um abraço...
Abraço tenro, abraço terno.
Abraço amigo, abraço antigo,
mesmo quando o tempo nega essa verdade.
Abraço novo, novidade para a alma.
Abraço perfeito, aceito, conjunto.
Enlace profundo,
sem quaisquer vestígios de “pré-conceitos”.
Abraço seguro, contato maduro.
Segurança no agir e transmitir.
Que não existam barreiras ou ladeiras.
Sem esquivos...
E que demonstre pureza em sua intensidade...
Preciso do envolvimento que essa comunicação possa permitir.
Sem medos, receios ou regras a cumprir.
Nada de receitas pré formuladas...
Respeito e anseio entrelaçados à vontade de chegar mais perto.
Sem os nós da indecisão,
onde habita a imperfeição (humana)
que esconde o Cristo que há em si.
Preciso muito de um abraço, de um laço...
Sincero, completo...
Sem maldades,
quero-o em verdade.
Permita-me abraçar-te!...




domingo, 22 de janeiro de 2017

Impasse

“Muitos são os que querem falar, porém poucos têm a coragem do enfrentamento por conta de medos estabelecidos na triste ilusão de perda da migalha de amor a se receber...”


sábado, 21 de janeiro de 2017

Pesadelo

Questões feitas em momentos de extrema depressão e desesperança. 
Nem sempre sou assim. Nem sempre sou assado. Nada permanece.
As perguntas, vêm e vão. E nem sempre possuem sentido de ser.

“E quando nossa própria mente, abraçada com os demônios da crueldade, insiste em nos derrubar e dizer o quanto somos nulos diante da vida, do mundo e de todos? E quando percebemos que não possuímos nada para oferecer a nós mesmos e apenas nos afundamos na lama das nossas incapacidades? Como colocar a mão para fora e pedir ajuda se o que nos puxa é altamente feroz e destruidor? Como emergir se o que temos acima é o fundo?”


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Tapa

Eu precisava muito ler isso. O dia me mostrou como sou tola em acreditar em certas pessoas. Só porque andam disfarçadas de "boas ovelhas", não quer dizer que sejam. A gente se surpreende e acaba se blindando. Estou muito decepcionada comigo por acreditar e ter fé em pessoas que sequer mereceriam um "bom dia". Mas alguém colocou isso na minha frente para eu ter um pouco de paciência e acreditar na força que vem do Alto e, apesar de não ver, ter em que me agarrar. Não verifiquei se o trecho abaixo corresponde ao bíblico, como está informado. Porém, independente, a mensagem foi forte e me ajudou. Aos que leem, perdoe-me o desabafo.

"Saiba que o nosso Deus é um Deus de justiça. Ele conhece cada pessoa que te magoou, enganou, abandonou, traiu, roubou, machucou. Ninguém mais poderia ter visto o que lhe fizeram, mas Ele viu. E se você se recusar a ficar chateado, aborrecido, Ele acertará as contas em seu lugar. Ele pegará o que foi feito para o seu mal e usará para a sua vantagem, a seu favor, em seu benefício." (Isaías 61:7)

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Tela


Sou essa montanha russa de sensações em cores.
Tem dias que sou cinza em chuva negra;
noutros, douro tal qual brilho de sol.
Às vezes, vermelho em raiva que queima;
noutras, a calmaria azulada em toque.
Já cheguei a cintilar em prata e ouro.
Mas prevaleceu o fosco das escuridões nebulosas.
Na verdade, ainda não descobri quem sou.
Só tento não cair, constantemente 
– e definitivamente -,
no desmanche da aquarela que escorre sem o verde da esperança. 



quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Culatra

Tem dias que a vida cansa.
Esse emaranhado de chatices diárias embaça a visão e não me estimula a continuar com os olhos abertos.
Confusões em sentimentos, palavras e toques.
São dias que, se pudesse, “desconheceria” pessoas, esqueceria experiências e aniquilaria memórias – e nem me importaria de me tornar um robô.
Reservaria minhas poucas virtudes para poucos, só para não sentir as ansiedades, raivas e o peso da indiferença de tantos que amo (sem querer amar). Pronto, é isso! Queria “desamar” um pouco!
Queria fixar na mente e no coração que, quando não há bilateralidade no afeto, é ilusão pensar que pode ser normal o tiro chegar a apenas um dos lados. E não é! Se não nos querem bem, deveríamos ter a capacidade de apaga-los definitivamente das nossas existências.
E se nossas boas ações não gerassem leveza naqueles que as estivessem recebendo, poderíamos apertar um botão que destruísse todo aquele aparato de pensamentos idiotas que ainda nos ludibriam quando nos dizem que “estamos fazendo o melhor, então já valeu a pena”. Bah! Quanta bobagem!
Hoje estou mais pé no chão que nunca. E mais do que sempre, indignada com essa minha incrível capacidade de amar e levar as bofetadas entorpecentes da vida.
Cansada. 
Estou cansada de tudo isso...


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Virtude


E, de repente, sentiu calmaria. 
Os passos - que deveriam ter sido dados - chegaram ao fim da linha. 
Os sorrisos se dissiparam, mas compreendeu que era a hora exata. 
O peso e a dor do caminho já não estavam ali. 
Todo o sofrimento sentido parecia nem fazer mais sentido... 
As lágrimas eram lembranças quase esquecidas. 
E os olhos, antes mirados no chão, 
erguiam como braços fortes que entendiam recomeços. 
E assim o fez... e deu impulso! 
E foi. 
Mais uma vez...




domingo, 15 de janeiro de 2017

Pretérito

“Tenho saudades do passado simples com gosto de liberdade.
Passado que me guiava para longe e sem pretensões,
em meus pés descalços das maldades da vida.”

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Arremate

De outros tempos. Épocas em que eu, tola, ainda acreditava nesse sentimento devastador e traiçoeiro. Porém num período em que eu já estava cansada e tomando a decisão derradeira. O texto não retrata nenhum de meus relacionamentos, mas como eu me sentia ao final de cada ciclo: como se nada tivesse valido a pena. Nada.

“Sonhei com seu abraço apertado e seu sorriso esmagador. Havia palavras proibidas e aconchegos sem fim. Os sentidos sobressaiam e eu conseguia imaginar uma vida com você. 'Cada um no seu canto', como eu sempre dizia, '... mas com o coração em laço'. Mesmo com limitações, mesmo com reticências. Queria pouco, queria o mínimo. E, naquele momento, tudo explodia em cores e sons. Mas não durou. Acordei (para a vida) e tombei com a realidade. Passei por você e, na simpatia, nada mais que um “bom dia”. E, aos poucos, consegui matar quaisquer traços de esperança que, um dia, ainda esperneavam dentro de mim. Por você, por cada um – que, futuramente, ainda viessem tentar morada – e por mim.”



quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Embate

“Eram opostos em suas razões. Dois brigões irremediáveis que duelavam constantemente tentando impor suas ideologias. E quanto mais vociferavam, mais se irritavam com a presença um do outro. Nunca deram uma chance para o som vindo do outro lado; apenas ao que vinha de suas próprias falas. Espadas, escudos, lâminas e lástimas. Os dias se passavam e o ódio persistia. 
Mas - como em toda boa história -, um dia, o elemento surpresa deu o ar da graça: um dos guerreiros se descuidou, enquanto o outro, aproveitando o ensejo, o derrubou sem um mínimo de piedade. A vítima, assustada e indignada com seu vacilo, teve medo e se curvou, esperando o último golpe e a dor da morte. Mas, ao contrário, nada sentiu. Apenas o vento que secava seu suor enquanto sua história rodava na mente, tal qual um filme antigo. 
Quando afastou o braço que cobria o rosto – na tentativa de não presenciar o próprio fim – viu o outro, em pé, com a mão estendida. Pensou, num primeiro instante, que se tratava de uma armadilha. Porém, quando percebeu que a espada “inimiga” estava na bainha e o elmo, logo abaixo do braço esquerdo, leu nos olhos de seu oponente uma misericórdia que nunca havia notado. Aceitou a ajuda e ficou de pé novamente. Tirou sua armadura e encarou aquele que, por tanto tempo, havia perturbado suas noites e atormentado seus sonhos. E notou o quanto havia sido tolo. Surpreendeu-se ao sorrir, juntamente com seu algoz, constatando todo o tempo que havia perdido tentando vencer seu próprio reflexo no espelho.”

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Andarilha

A dor de não se saber o motivo de estar e ser é dilacerante.
Os questionamentos doem como um ferimento na carne.
A alma fica sobressaltada, pois o vazio toma conta e invade espaços antes tomados por uma fé incerta – antes com algumas poucas respostas, porém com justificativas encobertas pela dúvida.
É como areia movediça. Começa puxando aos poucos para baixo, prende violentamente, sufoca e encerra o último suspiro.
Luto, já que insisto em querer saber. Preciso saber. Preciso do sentido.
Não tenho. O que faço, o que sou?
Cada dia menos de mim mesma.
Quero sair, mas há uma etapa a ser cumprida. Devo respeitá-la, pois o dirigente está atento. Mas não sei o que Ele quer de mim.
Entristeço-me, pois sou do tipo que precisa de milagres para acreditar – neles. E, mesmo assim, nem sei se confio.
Em mim? Não, nunca. Apenas ilusões que me ajudam empurrar o encargo que nem sei se tenho.
Fui jogada, largada, forjada. Vim por engano. Meu? Não, de quem gera. 
E eu? Coloco uma venda nos olhos e ando. Sem confiar, sem entender. Mas o tombo (e o arrependimento – Daquele) é certo. Sei.

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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Em tempo, há tempo - Tormenta

Texto gestado em junho de 2010. Não me recordo das reais ranhuras que me acometiam na época, mas ainda reconheço parte da perturbação que me arremetia, em segredo, contra desejos e carências. 

Chuva fina,
Refresca, revigora.
Deixo-me molhar.
Viver o momento, a doçura, a pureza.
Olhar para o alto e sonhar em meio às nuvens negras e agitadas pelo vento...
Apenas deixar-me levar pelo momento. 
Chuva grossa...
Perigo iminente.
Risco de raios, estrondo, trovões.
Talvez procurar um abrigo.
Talvez enfrentar o desejo de deixar a água,
valente e furiosa,
escorrer naturalmente pelo corpo.
Falta forças para sair do lugar.
Vento forte.
A ventania quase derruba.
Os sons tornam-se assustadores e instigantes.
Quero-os, porém, nego-os.
Não devo.
Não posso.
Sou filha desse céu que nos chicoteia em gotas.
Mas exageradamente apaixonada por suas surpresas.
Granizo.
Machuca a pele, magoa a alma.
Verdade enganada, mentira discreta.
O corte na carne representa o choro da alma.
Tenho que entrar,
Aqui fora já me notaram.
Chorei ao entrar, mas sangrei ao sair...

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Freio

Estamos constantemente sendo moldados pela vida.
Pessoas e fatos fazem parte dessa imensurável fábrica chamada “ser humano”.
Cada momento vivido, sendo do nosso agrado ou não, talha aos poucos nossa personalidade.
Bem sabemos que parte do que somos nasce conosco – e nem entro no mérito de saber se por “vidas passadas” ou pesos carregados por nossos “antepassados”; aqui, não argumento crenças e religiões, pois respeito todas  – considerando que algo vem impresso em nossa origem, desde nossa concepção. Todavia, mesmo que tentemos ignorar, cada sorriso recebido ou negado, cada lágrima contida ou expurgada, todas essas condições que vivenciamos no dia a dia, nos ajudam em nossa originalidade.
Por vezes, sou pega sendo arrastada por opiniões nada agradáveis a meu respeito. Entendo que acabo incomodando por meu modo de me expressar. Paralelamente, ouço constantemente que não devo nada a ninguém – e realmente não devo – que justifique ouvir comentários alheios (e até maldosos) sobre minha individualidade. É chato, pois, em tais situações, começo a perceber que, se eu não me adaptar ao ambiente (mesmo que teatralmente), a rejeição aumenta e o afastamento daquele que deveria ser o “próximo” chega a ser gritante.
Venho treinando e tentando ser mais contida no meu modo de ser. Não deixei de ser antipática e rude. Mas, caso eu perceba que estou chateando aquele que está ao meu lado e se tal reação prejudica minha sobrevivência, atuo sendo quem não sou. Ou, simplesmente, me transformo, não sendo nada nem ninguém. É deprimente, mas é um fato.
Para sermos aceitos, precisamos criar um personagem de acordo com cada cena. Tudo bem que isso não acontece 24h por dia, mas acaba ocorrendo mais do que deveria ser preciso para criarmos laços ou mesmo mantermos os pés firmes na terra, antes que nos “joguem ao mar”.
Assim, vou seguindo, podando falas e ações (que mostrariam ao mundo meu verdadeiro eu) e expondo feições opacas (daquilo que finjo ser), simplesmente para ser aceita.
E dentro de mim, a árvore da vida cresce, floreia e chega aos céus, mas se sentindo abatida e vencida por não ser motivo de comemorações fora do território sagrado que acredito (ainda) ser – mas, até quando?


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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Em tempo, há tempo... - Vida

Escrevi o texto abaixo em agosto de 2009 para homenagear um homem que aprendi a amar mesmo sem nunca ter tido a chance de conhecê-lo em vida. Hoje, meu carinho continua. E a tristeza de não ter a oportunidade de abraça-lo, também. Porém, ainda abro os braços para sua ressurreição em mim.
Fiz pequenos ajustes, mas a essência do texto permanece. E a saudade também.



“Tento, desde bem jovem, compreender o significado da ressurreição de Cristo.
É inevitável não pensar no sentido físico e material do ocorrido: o corpo morreu e, após alguns dias, voltou ao mundo dos vivos. Simples assim. Porém, nem tão simples assim.
Dia 04 de janeiro deste ano (2009), em pleno domingo e após as festividades em torno da esperança de um ano melhor, consegui abraçar, sem erros, o sentido real da ressurreição em vida, mesmo na morte. E não pense que essa compreensão chegou através de um grande milagre. Veio na presença – mesmo ausente – de um ser incrível, com uma história travada em deslizes e marcada com uma divindade palpável às mãos humanas.
Encontrei nas teclas do computador, meio à torrente de informações apresentadas em sites onde a imagem é constantemente exposta, a possibilidade de ganhar um valiosíssimo presente na figura eterna que hoje contrasta com a finitude de dias materiais.
Posso afirmar que presenciei, após dois anos de sua morte, a ressurreição de sua vida em meu coração. Ouvi suas mazelas e apreendi sua relação, carinho e respeito com o próximo. Seu corpo já não mais existia e, mesmo na impossibilidade do encontro pessoal, aprendi a amá-lo de um modo especial.
Hoje tenho a tristeza e a alegria dentro de mim.
A tristeza, que corre em lágrimas no meu rosto, lembra-me que não posso abraçá-lo e dizer o quanto sua experiência e palavras têm me ajudado a crescer e o quanto o amo de modo incondicional. Nesses momentos, acabo me revoltando - por segundos - com Deus, mas logo entendo que Ele tem suas razões por não ter me dado a graça de fazer parte de seus dias - em vida.
Sou ignorante, tudo isso é normal.
Em contrapartida, há uma alegria que atropela a mágoa superficialmente instalada, quando percebo que tive a chance em MINHA VIDA de conhecê-lo e deixá-lo entrar no meu coração.
Como é possível amar quem não conhecemos? Realmente, não sei. Talvez pela força que brota no olhar daquele que anuncia Jesus.
Meu desejo não pode ser sanado nesta etapa crucial ao meu aprendizado terreno. Não posso abraçar Padre Léo e dizer o quanto suas palavras me fazem bem e o quanto o admiro.
Tento me conformar com a incapacidade apresentada e continuar acreditando que, num futuro indefinido, terei a chance de dizer o quanto meu ser ficou mais leve quando ele esteve vivo através de minha memória.
Ele não apenas “ressurgiu” quando se colocou no meu caminho. Ele se desdobra em vários todas as vezes que divulgo sua existência na minha. Todas as vezes que percebo que ele ainda está no meio de nós...



quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

É interessante essa associação que muitos de nós fazemos na passagem para um novo ano: “ano novo, vida nova”. Tudo tem gosto de renascimento!
No fundo no fundo, bem sabemos que o acontecido foi apenas o fim de um dia e o nascimento de outro.
Porém, há uma esperança tão grandiosa em nossos corações que criamos um novo livro diante de nossos olhos.
Folheamos todas as páginas em branco, tal qual uma agenda limpa, e ficamos pensativos do que será escrito ou desenhado em cada uma delas.
Surgem pensamentos um tanto quanto assustadores e até meio “desequilibrados”, visto que, a lembrança do antigo volume, cheio de rabiscos e lágrimas escorridas – borrando algumas histórias – nos deixa apreensivos.
E mesmo com tantos sonhos desfeitos ou tombos não explicados, a crença no futuro promissor nos deixa eufóricos, selecionando mentalmente apenas boas perspectivas e grandes realizações.
Aos poucos vamos arquitetamos novos pontos de vista, novas cores, mais compromissos com a verdade e o afeto chegando em novos amigos, impressos em abraços e palavras – tudo com a fé da renovação.
Mesmo na dureza existente nas obras a serem construídas diariamente, temos a certeza de que, na troca de ideias e experiências com o amigo ao lado - que também carrega o livro aberto e cheio de boas expectativas -, o amanhã pode ser moldado sem pressa e com as mãos daquele a quem Deus confiou essa missão: cada um de nós!
Passos confiantes no caminho do Bem, moldados em fotos e fatos!