Estamos
constantemente sendo moldados pela vida.
Pessoas
e fatos fazem parte dessa imensurável fábrica chamada “ser humano”.
Cada
momento vivido, sendo do nosso agrado ou não, talha aos poucos nossa
personalidade.
Bem sabemos
que parte do que somos nasce conosco – e nem entro no mérito de saber se por
“vidas passadas” ou pesos carregados por nossos “antepassados”; aqui, não argumento
crenças e religiões, pois respeito todas – considerando que algo vem impresso em nossa
origem, desde nossa concepção. Todavia, mesmo que tentemos ignorar, cada
sorriso recebido ou negado, cada lágrima contida ou expurgada, todas essas
condições que vivenciamos no dia a dia, nos ajudam em nossa originalidade.
Por
vezes, sou pega sendo arrastada por opiniões nada agradáveis a meu respeito. Entendo
que acabo incomodando por meu modo de me expressar. Paralelamente, ouço
constantemente que não devo nada a ninguém – e realmente não devo – que
justifique ouvir comentários alheios (e até maldosos) sobre minha individualidade.
É chato, pois, em tais situações, começo a perceber que, se eu não me adaptar ao
ambiente (mesmo que teatralmente), a rejeição aumenta e o afastamento daquele
que deveria ser o “próximo” chega a ser gritante.
Venho
treinando e tentando ser mais contida no meu modo de ser. Não deixei de ser
antipática e rude. Mas, caso eu perceba que estou chateando aquele que está ao
meu lado e se tal reação prejudica minha sobrevivência, atuo sendo quem não
sou. Ou, simplesmente, me transformo, não sendo nada nem ninguém. É deprimente,
mas é um fato.
Para
sermos aceitos, precisamos criar um personagem de acordo com cada cena. Tudo
bem que isso não acontece 24h por dia, mas acaba ocorrendo mais do que deveria
ser preciso para criarmos laços ou mesmo mantermos os pés firmes na terra,
antes que nos “joguem ao mar”.
Assim,
vou seguindo, podando falas e ações (que mostrariam ao mundo meu verdadeiro eu)
e expondo feições opacas (daquilo que finjo ser), simplesmente para ser aceita.
E
dentro de mim, a árvore da vida cresce, floreia e chega aos céus, mas se
sentindo abatida e vencida por não ser motivo de comemorações fora do
território sagrado que acredito (ainda) ser – mas, até quando?
Se moldar, guardar falas e outras façanhas para melhor ser aceita, acho que todos já passaram por isso pelo menos uma vez na vida... Faz parte. Entretanto não deveria haver essa necessidade se todos soubessem respeitar o modo de ser e de viver do outro, sem julgamento ou descriminação. Infelizmente o mundo está cada vez mais intolerante, só nos resta fazer o nosso melhor, rezar e torcer que as pessoas resgatem seus valores e sua humanidade, as vezes, esquecida
ResponderExcluirInfelizmente, Telina, essa reação de quem precisa ser aceito está cada vez mais constante.
ExcluirTemos que rezar muito para não sermos jogados no lixo como "algo qualquer" sempre que não estamos de acordo com o que estão precisando no momento...
Aprendi na vida que as pessoas vão falar de mim, bem ou mal, mas vão falar porque é da natureza humana esta "maldade ou maledicência" algumas pessoas querem angariar simpatia a troco de "informações" falsas ou verdadeiras da vida alheia, este é o perigo. Também aprendi que é preciso se adaptar as situações, ser imparcial e as vezes nos achamos hipócritas. Mas a vida nos leva a isto, para que sejamos aceitos, pois ninguém nasceu para viver sozinho. É dolorido e "deprimente" como escreveu, mas a vida é mesmo como um palco, em que cada situação é um papel que precisamos elaborar da melhor forma, mas sem perder nossa essência maior, nossa personalidade jamais será mudada assim sabemos que quem nos ama e quer bem de verdade, nos ama apesar de tudo!
ResponderExcluirConcordo com vc, amiga Águia!
ExcluirPorém tenho percebido que minha atuação no palco da vida é cada vez mais voltada para a interpretação de quem não sou... O que, antes, deveria ser a representatividade da própria essência, acaba se tornando uma grande encenação - apenas para fazer sorrir ou chorar quem está perto.
Triste. Queria ser eu mesma. Mas não posso, pois vivo sendo ameaçada a ser tirada da minha própria peça.
Por isso vou cortando falas, limando atitudes, podando passos. Vou limitando minha originalidade...