quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Culatra

Tem dias que a vida cansa.
Esse emaranhado de chatices diárias embaça a visão e não me estimula a continuar com os olhos abertos.
Confusões em sentimentos, palavras e toques.
São dias que, se pudesse, “desconheceria” pessoas, esqueceria experiências e aniquilaria memórias – e nem me importaria de me tornar um robô.
Reservaria minhas poucas virtudes para poucos, só para não sentir as ansiedades, raivas e o peso da indiferença de tantos que amo (sem querer amar). Pronto, é isso! Queria “desamar” um pouco!
Queria fixar na mente e no coração que, quando não há bilateralidade no afeto, é ilusão pensar que pode ser normal o tiro chegar a apenas um dos lados. E não é! Se não nos querem bem, deveríamos ter a capacidade de apaga-los definitivamente das nossas existências.
E se nossas boas ações não gerassem leveza naqueles que as estivessem recebendo, poderíamos apertar um botão que destruísse todo aquele aparato de pensamentos idiotas que ainda nos ludibriam quando nos dizem que “estamos fazendo o melhor, então já valeu a pena”. Bah! Quanta bobagem!
Hoje estou mais pé no chão que nunca. E mais do que sempre, indignada com essa minha incrível capacidade de amar e levar as bofetadas entorpecentes da vida.
Cansada. 
Estou cansada de tudo isso...


4 comentários:

  1. Calma garota, chutar o pau da barraca de vez em quando faz bem, mas depois a gente levanta a barraca de novo e segue...é a vida.

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    1. Boa parte do tempo fico me perguntando "pra quê tudo isso". Nunca receberei resposta, eu bem sei.
      Mas os incômodos permanecem e perturbam.

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  2. Como seria maravilhoso se em nós tivesse a tecla delete, não ficaríamos nos martirizando com pensamentos, sentimentos corrosivos e tantas outras coisas que geram sofrimentos.

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    1. Seria maravilhoso eliminar momentos ruins na memória!

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