Há dias
que a vida faz-se presente tal qual um tapa na cara. Ou um grande soco no
estômago. São dias de compreensão de uma verdade que jorra para dentro do
sangue, sem meios termos. O solavanco surge na forma de frases e gestos de quem
mais precisamos naqueles instantes. Quem era para ser “ajuda”, torna-se “tortura”.
E pior: somos nós que, aos poucos, por querermos bem, por respeitarmos o outro,
autorizamos a entrada em nosso território e, assim, acabam fazendo pouco caso
do que temos de (aparentemente) importante.
O desgosto, que já se fazia presente, começa a ter a aparência de apenas um devaneio,
pois a angústia pré-existente agiganta-se no momento do empurrão dado para dentro
da lama.
Hoje, estou
profundamente entristecida. Por ter fé em algumas pessoas e nas circunstâncias
que surgem no caminho. Percebo que, nos poucos momentos que tento abrir as
portas que dão acesso aos meus destroços – como um pedido de socorro – mais lixos
são arremessados, mesmo que eu tente me esquivar!
Não
sinto mais sabor. Quase não enxergo mais cores. E quando sinto que esse ser
chamado solidão se aproxima cada vez mais, sentando-se ao meu lado, prevejo a
poça suja e embaçada à minha frente, em tons de cinza e nublado.
Posso sentar do seu lado? Só pra ver com você a poça de água suja?
ResponderExcluirEu fico quietinha, prometo ficar caladinha. Só pra você saber que eu estou aqui, você não está sozinha!
Ô, amiga águia, agradeço a companhia!
ExcluirNem sempre saberei falar alguma coisa, enquanto vejo a poça suja à minha frente... mas minhas lágrimas poderão ser um recado para o que estou sentindo.
Obrigada por estar aqui!