Escrevi
o texto abaixo em agosto de 2009 para homenagear um homem que aprendi a amar mesmo sem
nunca ter tido a chance de conhecê-lo em vida. Hoje, meu carinho
continua. E a tristeza de não ter a oportunidade de abraça-lo, também. Porém,
ainda abro os braços para sua ressurreição em mim.
Fiz
pequenos ajustes, mas a essência do texto permanece. E a saudade também.
“Tento, desde bem jovem, compreender o
significado da ressurreição de Cristo.
É inevitável não pensar no sentido físico e
material do ocorrido: o corpo morreu e, após alguns dias, voltou ao mundo dos
vivos. Simples assim. Porém, nem tão simples assim.
Dia 04 de janeiro deste ano (2009), em pleno domingo e após as festividades em
torno da esperança de um ano melhor, consegui abraçar, sem erros, o sentido
real da ressurreição em vida, mesmo na morte. E não pense que essa compreensão
chegou através de um grande milagre. Veio na presença – mesmo ausente – de um ser
incrível, com uma história travada em deslizes e marcada com uma divindade palpável
às mãos humanas.
Encontrei nas teclas do computador, meio
à torrente de informações apresentadas em sites onde a imagem é constantemente
exposta, a possibilidade de ganhar um valiosíssimo presente na figura eterna
que hoje contrasta com a finitude de dias materiais.
Posso afirmar que presenciei, após dois anos
de sua morte, a ressurreição de sua vida em meu coração. Ouvi suas mazelas e
apreendi sua relação, carinho e respeito com o próximo. Seu corpo já não mais
existia e, mesmo na impossibilidade do encontro pessoal, aprendi a amá-lo de
um modo especial.
Hoje tenho a tristeza e a alegria dentro de mim.
A tristeza, que corre em lágrimas no meu rosto, lembra-me que não posso
abraçá-lo e dizer o quanto sua experiência e palavras têm me ajudado a crescer
e o quanto o amo de modo incondicional. Nesses momentos, acabo me revoltando - por
segundos - com Deus, mas logo entendo que Ele tem suas razões por não ter me
dado a graça de fazer parte de seus dias - em vida.
Sou ignorante, tudo isso é normal.
Em contrapartida, há uma alegria que atropela a mágoa superficialmente instalada,
quando percebo que tive a chance em MINHA VIDA de conhecê-lo e deixá-lo entrar
no meu coração.
Como é possível amar quem não conhecemos? Realmente, não sei. Talvez pela força
que brota no olhar daquele que anuncia Jesus.
Meu desejo não pode ser sanado nesta etapa crucial ao meu aprendizado terreno. Não
posso abraçar Padre Léo e dizer o quanto suas palavras me fazem bem e o quanto
o admiro.
Tento me conformar com a incapacidade
apresentada e continuar acreditando que, num futuro indefinido, terei a chance
de dizer o quanto meu ser ficou mais leve quando ele esteve vivo através de
minha memória.
Ele não apenas “ressurgiu” quando se colocou
no meu caminho. Ele se desdobra em vários todas as vezes que divulgo sua existência
na minha. Todas as vezes que percebo que ele ainda está no meio de nós...”