domingo, 24 de dezembro de 2017
domingo, 24 de setembro de 2017
Cavalgando
Procurando a liberdade - em mim.
Assim, sempre uma forma de ganhar novos caminhos, novos rumos.
Nem sempre possível, mas sempre sonhado.
E, se eu, um dia, conseguir,
posso cavalgar pra fora de todos os entulhos cravados na alma....
Assim, sempre uma forma de ganhar novos caminhos, novos rumos.
Nem sempre possível, mas sempre sonhado.
E, se eu, um dia, conseguir,
posso cavalgar pra fora de todos os entulhos cravados na alma....
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
sábado, 9 de setembro de 2017
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
quinta-feira, 6 de julho de 2017
Negligência
Bati à porta.
Quando abriu, sorri envergonhada e, ligeiramente, estiquei o
braço, entregando uma semente – que ele
recebeu em sua mão esquerda.
Não me encarou e, ainda meio desconfiado, deu um passo para trás.
Sai e senti quando a porta fechou.
Trancou!
E senti, no fundo d’alma, quando, com desdém, meu pedaço de
esperança foi atirado pela janela...
quarta-feira, 24 de maio de 2017
O pulso ainda pulsa
"Se eu pudesse, arrancaria o 'coração' e deixaria ele em cima
da mesa, lá, sozinho, pulando até morrer, até cansar de bater
desnecessariamente por quem não deve... Mesmo sabendo que eu estaria correndo o
risco de que acabasse sobrevivendo sem minha permissão... E voltasse a bater
outras e novas vezes."
terça-feira, 9 de maio de 2017
0
O texto abaixo foi uma resposta que dei, há
algum tempo, em um blog amigo.
Ficou tão completo em si - e naquilo que não
mudou - que resolvi postá-lo. Com algumas pequenas anotações e correções.
Nunca
tive nenhuma segurança ao garantir minha inteireza, no decorrer de minha
história. Sempre me vi retalhos.
Retalhos
de outros que, por minha fragilidade e ingenuidade, foram se acumulando em pilhas
de sentimentos confusos e desconexos...
Tenho
esse defeito: quando me apaixono, corro riscos. E neles está minha capacidade
(cega) de acreditar que o outro pode vir a querer o meu “bem” - gratuitamente.
Mas nem sempre é assim. Aliás, nunca. No abrir as portas do coração ao alheio
alguns enxergam uma possibilidade de eliminar as “sobras” daquilo que não foi
aprendido em outras lições.
Nessa,
vou ficando omissa a mim mesma e já não sei se sou quem deveria ser. Torno-me alguém
sem somas ou novas interrogações... Alguém que já não consegue visualizar o
futuro de um (novo) bem querer - que me
aceite em falhas e frangalhos, num espaço interno tão cheio de “negativos”.
E eu?
“Menos um” ou até “menos de mim em mim”...
Nada.
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Utopia
Suas
mãos nas minhas. Desejo simples, mas, igualmente, impossível.
Nem
exigiria doces beijos, se um toque seu no meu rosto tivesse a cor dos meus
sonhos.
Gracejo
meu, tolice. Se me visse, hoje, nem “bom dia” me daria...
Você? Nem
me saberia.
segunda-feira, 24 de abril de 2017
sábado, 1 de abril de 2017
Figurante
O
terceiro sinal toca e as cortinas se abrem.
O choro da criança interrompe os gritos angustiados da mãe que espera aflita pelo fim do sofrimento. Uma nova vida chegará às suas mãos e começará, então, um novo espetáculo. Um caminho repleto de segredos e sentimentos desordenados.
A criança é rodeada de conselhos e valores impostos. Desde cedo lhe é ensinado o certo e o errado. Seus olhos inquietos miram naqueles que falam sobre seu futuro, como se fosse uma receita de bolo: tudo milimetricamente planejado. Destino de pessoas de sucesso e reconhecimento: “o único caminho”, repetem incansavelmente.
A atriz percebe no seu íntimo que esse não é seu desejo real.
O script não mostra seu “par romântico” e o Diretor não se manifesta quando as dúvidas não cansam de perturbá-la. O desejo de ter alguém por um período da vida é inerente a todos, e não seria diferente com ela.
Em seus momentos de descanso, atrás das coxias, ela sente que não haverá esse alguém ao seu lado. Também não foi escalada para grandes papéis e deve se conformar com seu destino: coadjuvante de si mesma.
Durante a peça, por alguns instantes, ela diferencia quem usa máscara e quem não consegue se esconder de si mesmo. Uma forma infértil de passar o tempo e tentar minimizar as próprias mazelas.
Sua mocidade apresenta poucas possibilidades.
Algumas cenas são ensaiadas, mas aqueles que poderiam segurar suas mãos e ajudar a seguir em frente deixam-na de lado.
“Talvez eu não seja boa na arte da interpretação – da vida”, pensa. Insiste outras vezes e não entende o motivo de ter sido “jogada” ali.
O choro da criança interrompe os gritos angustiados da mãe que espera aflita pelo fim do sofrimento. Uma nova vida chegará às suas mãos e começará, então, um novo espetáculo. Um caminho repleto de segredos e sentimentos desordenados.
A criança é rodeada de conselhos e valores impostos. Desde cedo lhe é ensinado o certo e o errado. Seus olhos inquietos miram naqueles que falam sobre seu futuro, como se fosse uma receita de bolo: tudo milimetricamente planejado. Destino de pessoas de sucesso e reconhecimento: “o único caminho”, repetem incansavelmente.
A atriz percebe no seu íntimo que esse não é seu desejo real.
O script não mostra seu “par romântico” e o Diretor não se manifesta quando as dúvidas não cansam de perturbá-la. O desejo de ter alguém por um período da vida é inerente a todos, e não seria diferente com ela.
Em seus momentos de descanso, atrás das coxias, ela sente que não haverá esse alguém ao seu lado. Também não foi escalada para grandes papéis e deve se conformar com seu destino: coadjuvante de si mesma.
Durante a peça, por alguns instantes, ela diferencia quem usa máscara e quem não consegue se esconder de si mesmo. Uma forma infértil de passar o tempo e tentar minimizar as próprias mazelas.
Sua mocidade apresenta poucas possibilidades.
Algumas cenas são ensaiadas, mas aqueles que poderiam segurar suas mãos e ajudar a seguir em frente deixam-na de lado.
“Talvez eu não seja boa na arte da interpretação – da vida”, pensa. Insiste outras vezes e não entende o motivo de ter sido “jogada” ali.
Poucos colegas
se propõem a interagir com a “criatura solitária”. Sim, assim mesmo: uma
criatura solitária.
Em meio ao cotidiano, ela percebe que está fadada à solidão.
Os pés no chão e as realidades possíveis invadem seu ser e permanecem como seus companheiros.
Às vezes, é melhor ficar no camarim, decorando as novas cenas, fingindo não conhecer sua presença ignorável.
Ela não entende por que o Diretor insiste em mantê-la no espetáculo, se sua atuação é totalmente dispensável.
Em meio ao cotidiano, ela percebe que está fadada à solidão.
Os pés no chão e as realidades possíveis invadem seu ser e permanecem como seus companheiros.
Às vezes, é melhor ficar no camarim, decorando as novas cenas, fingindo não conhecer sua presença ignorável.
Ela não entende por que o Diretor insiste em mantê-la no espetáculo, se sua atuação é totalmente dispensável.
O
coração, cansado de relacionamentos fracassados, não consegue enganar aquele
ser humano que o carrega. Ela sente-se enganada e, ao mesmo tempo, resignada.
“Faz parte do processo”, tenta se convencer.
E segue com seu papel simples e imutável.
E segue com seu papel simples e imutável.
A procura
por alguém que possa ajuda-la a sanar a carência humana existente em um só
personagem não permite culpa-Lo, pois não há justificativas para sua falta de
bons atributos.
Não é bela, não é inteligente e um imenso vazio invade suas entranhas. Aos poucos, mas constante.
Não é bela, não é inteligente e um imenso vazio invade suas entranhas. Aos poucos, mas constante.
Vai
permanecendo pelos cantos sempre que a falta de qualidades insiste em tirá-la
do palco em que está inserida (por puro engano, tem certeza!).
Uma
sensação de desconforto emocional toma conta, mais uma vez. Sabe que não
deveria estar ali e não sente que possa, um dia, ser seu lugar.
Vergonhosamente,
vai ao camarim para tentar se camuflar, pois entende que é preciso agir, mesmo
sendo parte do elenco mudo.
Sabe
que tem que continuar, apesar do papel de figurante apagada diante de tantas
outras atuações explosivas, convincentes e cheias de vitalidade.
Não se
encaixa naquele palco. Mas os atos prosseguem...
Mais
uma vez pergunta ao Diretor se não há mudanças em sua trajetória. Chega a
esbravejar com Ele! Mas a Voz nada diz e ela segue muda em sua história como
figurante – destino certo daqueles que não possuem o carisma e o poder de
sedução necessários para atingir o sucesso particular.
Não
sabe como será o último ato. Apesar das frustrações, não tem pressa de saber. A
luta por melhores dias continua.
Sabe que não merece esse papel; por que mereceria outro mais interessante?
Nesse momento esquece as poucas falas. Mas não para e não há tempo (ou possibilidades) para voltar ao início. A correção faz-se necessária a partir do erro executado. Pede desculpas ao público, que olha com indiferença, e segue em frente.
Continua a cena: um monólogo entediante.
Sabe que não merece esse papel; por que mereceria outro mais interessante?
Nesse momento esquece as poucas falas. Mas não para e não há tempo (ou possibilidades) para voltar ao início. A correção faz-se necessária a partir do erro executado. Pede desculpas ao público, que olha com indiferença, e segue em frente.
Continua a cena: um monólogo entediante.
Poucos
têm paciência para assisti-lo e quem se atreve a fazê-lo, dorme nas cadeiras
acolchoadas da vida.
Parou de questionar o Diretor.
Parou de questionar o Diretor.
No
fundo, tem a certeza que as luzes continuam acesas e as cortinas insistem em
ficar levantadas.
Infelizmente,
o show tem que continuar...
segunda-feira, 27 de março de 2017
Ding Dong
Chegou
na minha vida sem pedir permissão.
Que
fique claro: não autorizei a entrada!
Porém,
como não bloqueei passagem, tomou lugar.
Veio
(quase) invadindo os espaços, de mansinho.
Sentou-se
em um lugar – onde se sentiu confortável
Para
esbanjar sua autoconfiança
Diante
do meu olhar perdido.
Não
esboçou sentimentos ou sentidos.
Ficou.
Andando
pelos cômodos tentei ignorar,
Passando
espanador onde não havia o que limpar.
Está.
Mas o
que eu queria mesmo era sair desse lugar.
(Era?)
E me
libertar, sem olhar pra trás.
Como se
nunca tivesse deixado a porta aberta – vacilo!
Como se
nunca tivesse estado por lá.
domingo, 19 de março de 2017
Em tempo, há tempo... – Círculo vicioso
Texto escrito em 2010. Não me recordo ao certo a quem ou
o que eu me referia – mas tenho ideia. Hoje, o “quem” certamente é (ou seria)
outro. Ou mesmo não ser(ia) ninguém. O que ressalto é o martelar insistente de
certos sentimentos (indevidos). Fiz pequenos ajustes. Nada mais.
Por que
ainda insisto?
Eu, que sempre desisto.
Mas transgrido.
Meus limites são extensos,
Não tenho controle.
Sorte, mantenho em mim,
Mas são tensos tais pensamentos.
Não quero!
Quero minha liberdade.
Liberdade d’alma.
Limpar a mente.
Mas,
Faz-me falta.
Quando não recebo a resposta,
Mesmo intransigente.
Estúpido... você!
Insensata... eu!
Mantra suave para não enlouquecer.
Apagar, esquecer.
Mas,
Como saber?
Escrevo novamente...
E, mais uma vez, arrependo-me.
Dúvidas,
Ou desculpas?
Certamente, culpas!
O que faço?
Peço a Deus que me perdoe.
Não mereço Seu perdão,
Afinal, mais uma vez!
Não aprendo.
Sou humana,
Sou assim.
No fim, quero apenas o fim
De tudo isso,
Dessa dúvida sem fim...
Eu, que sempre desisto.
Mas transgrido.
Meus limites são extensos,
Não tenho controle.
Sorte, mantenho em mim,
Mas são tensos tais pensamentos.
Não quero!
Quero minha liberdade.
Liberdade d’alma.
Limpar a mente.
Mas,
Faz-me falta.
Quando não recebo a resposta,
Mesmo intransigente.
Estúpido... você!
Insensata... eu!
Mantra suave para não enlouquecer.
Apagar, esquecer.
Mas,
Como saber?
Escrevo novamente...
E, mais uma vez, arrependo-me.
Dúvidas,
Ou desculpas?
Certamente, culpas!
O que faço?
Peço a Deus que me perdoe.
Não mereço Seu perdão,
Afinal, mais uma vez!
Não aprendo.
Sou humana,
Sou assim.
No fim, quero apenas o fim
De tudo isso,
Dessa dúvida sem fim...
quarta-feira, 15 de março de 2017
Recorte
Quase
distraída, passou a mão em alguns papéis e numa caixa de lápis coloridos.
Jogou
tudo na mesa e, em uma folha, rabiscou um “coração”. Começou com um contorno e
finalizou preenchendo-o na cor vermelha, quase rasgando: o peito e a alma. Ao
terminar, ainda lembrou-se do tempo de criança, quando os desenhos eram anseios
para projetos futuros. Agora, adulta, apenas um meio de esquecer.
Levantou e pegou
a tesoura, antes largada em cima de um móvel.
Furou o desenho, arrancou a parte
feita há pouco e dilacerou-a com raiva.
Fixou os olhos na parte preservada... E
desejou que também assim fosse dentro dela...
segunda-feira, 13 de março de 2017
Ao portador do ato e da fala...
Texto feito em homenagem aos atores/dubladores que conheço e admiro.
“... porque admirar alguém que atua ou dubla é
mais ou menos isso: autorizar que o talento, através das artes, nos faça
morada, seja através das várias histórias presentes em cada um dos personagens
interpretados ou mesmo pelos trejeitos escondidos através da fala.
E um bom ator/dublador nos sacode, atiça novas
reações, mexe com corações, resgata memórias quase esquecidas!
Admirar (nesse contexto) é permitir que o artista,
através do seu olhar e destrezas (frente ao público) ou sua fala (escondida em
outros rostos), possa nos preencher vazios ou transbordar sentimentos já
existentes.”
domingo, 12 de março de 2017
Dardo certeiro
Ferroou
meu coração tal qual abelha.
Logo
eu, que sou alérgica!
Um antialérgico
seria ineficaz, pois, aliás, nem na prateleira existe!
Agora, “ferrou”!
Inflamou
tal qual chama que arde e queima!
O
ferrão fez inchar um coração que não queria nem pulsar, quanto mais...
Ah,
deixa pra lá!
Se não
me matou, deve passar.
Como
todos os outros, esse futuro do pretérito, certamente passará...
sexta-feira, 10 de março de 2017
Em tempo, há tempo... - Goteira
Texto
de 24/01/2011.
Hoje
não me sinto assim.
Mas
ainda acontece, vez ou outra.
"Torneira
pingando...
Restos
de vida que se vão.
Nada
importa àquele que vê tal desperdício.
Porém,
quem gasta, não perde seu tempo
Frente
ao tempo perdido.
Há bons
dias,
De
extrema abundância.
Águas
que limpam,
Que
colaboram,
Que
carregam o que não deve ficar.
Água
pode ser como o fogo,
Apesar
da oposição.
Ilumina,
Clareia,
Purifica.
Mas
hoje,
Só
enxergo gotas perdidas.
As
gotas inúteis.
Sementes
do nada,
De uma
umidade constante.
Preocupar-me-ia?
Nem um
pouco.
Quero
mesmo o esvair da vida.
O
quanto antes.
Em
enxurradas.
Para
não mais pensar em nada.
Nadar-me-ia..."
Abatida
Esticou
o braço para pegar a florzinha.
“Será
que ele me ama?”
E
começou sem pestanejar:
“Bem-me-quer,
mal-me-quer...”
Pensou
mais uma vez no rapaz.
“Bem-me-quer,
mal-me-quer...”
Naquele
dia em que se esbarraram pela primeira vez...
“Bem-me-quer,
mal-me-quer...”
... e
na última, onde se cumprimentaram.
“Bem-me-quer,
mal-me-quer...”
Não
sabia ler olhares,
“Bem-me-quer,
mal-me-quer...”
... mas
queria ser traduzida pelos seus.
“Bem-me-quer,
mal-me-quer...”
Suspirou
sem muita paciência,
“Bem-me-quer,...”
E jogou
no chão, sem o brilho inicial,
O
cabinho da flor com sua última pétala...
domingo, 5 de março de 2017
Reflexo
“Começou
como quem não quer nada
E em
esperanças para fugir do não dito.
Findou sem
palavras ou reticências
Numa quebra - em estilhaços - no espelho do tempo.”
sexta-feira, 3 de março de 2017
(In)Sensatez
Não
gosto de gente prudente demais. Gente que apaga sonhos de criança e se volta
apenas para as firmezas de uma vida séria demais. Que esquece que as cores dos
dias são formadas pelas dúvidas, risos, tropeços e inocentes idealizações.
Falta-me
paciência com quem está sempre com os pés no chão. Aqueles que sempre miram na sobriedade
da vida e que colocam sorrisos apenas onde convêm ou onde são permitidos pela
lei da hipocrisia humana.
É claro
que é preciso saber separar a realidade da ficção na nossa mente, mas acredito
que é imprescindível um toque de leveza para lidar com os azedumes que a vida
nos apresenta – e muitas vezes nos acorrenta.
A vida
não é um conto de fadas. Nunca foi, nunca será. Até quando bem jovens
costumamos levar bordoadas que custamos superar. Mas, me pergunto, o que seria
de nós se não alimentássemos, vez ou outra, um pouco de paixão e doçura nos
nossos olhares?
Percebo-me
antiga e não sei se estou sendo “correta” ao me manter assim. E, talvez por
isso, sei que ainda tropeçarei muito nas aspirações tolas que ainda carrego.
Ainda
desejo alguns toques e olhares tenros na minha biografia – de pessoas e
situações que provavelmente fugirão para bem longe de minha “loucura”! E pode
ser que, em muitas páginas do livro da minha história, eu nunca os alcance!...
Porém não sei olhar para o futuro sem ter comigo a chance de voar – e, sim, me
divertir! – rumo aos anseios mais improváveis e irremediáveis do meu coração.
Desse
modo, sigo. Alto ou baixo, mas de acordo com o voo que resolvi alçar em cada momento
vivido – ou não.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
E-pístola
Meu
querido,
Num
susto, peguei-me pensando em você... (mais uma vez)
Tem sido
constante nos últimos dias, perdoe-me, mas não consigo controlar.
Imaginei
todas as possibilidades que existiriam se estivéssemos juntos.
Peguei-me
olhando fotos de outras épocas,
E
fiquei analisando os contratempos entre nossos próprios tempos.
Nunca
saberei o que seríamos se a união nos fosse plausível,
Os nós
que enfrentaríamos se fôssemos, uma vez, apenas nós (dois).
Não
concordo com essa malícia que os anos aprontaram!
Não foi justa – comigo, sei.
Algumas
vezes os retratos das horas nos tornam incapazes de sonhar
E
realizar...
Sou
presente, você passado.
E no
seu presente, nem sou.
E, se permitisse,
como seria?
Colega,
camarada, cúmplice?... Ou simplesmente uma foto num porta-retratos, tal qual
imagem a cores de uma ilusão? – (minha, e só!)
Inviável,
impossível, inconcebível!
Como perdoar
os riscos duradouros da caneta da vida?
E como
apagar o que não foi escrito?
Tento
abstrair, mas, apenas hoje, não consigo. (Apenas?)
Perco-me
em lágrimas de descontentamento.
Mas, anjo
de outrora, deixe-me aproximar um pouco – e aos poucos. Ser ombro e toque nas
mãos, apenas quando necessário: contentar-me-ia com seu sorriso e fala –
prometo não ultrapassar!
Ajude-me
não matar o que ainda sopra em esperança.
Antes
que morramos, deixe-me estar!
Permita-me
ser... p’ra você.
Ao
menos uma vez.
M.
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Ao vento
Começou
sem querer e sem querer deixei ficar.
Estava
à beira do vazio total e, num lampejo, tomou um lugar.
“Quanta
asneira!”, bem sei. Mas permiti presença.
Mas não
há possibilidades, só meus tolos pensamentos.
Camuflado
em sopros, carrego o passar das horas.
Vaga
preenchida, momentaneamente, pelo não existente.
Sem
esperanças, deixo vaguear – em mim.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Origami
Pegou o
papel e começou em dobraduras.
A cada
novo formato, uma nova esperança.
Errou
aqui, acertou acolá.
Zangou,
jogou de lado. “Não consigo!”
Passou
um tempo, até olhar sem querer...
E
querendo refez os passos
De onde
tinha empacado.
Mais
dobras, mais caretas. Poucos sorrisos.
Ao
terminar, encheu o peito de ar.
Correu
até o rio, o mais rápido que conseguiu.
Colocou
o barquinho n’água e empurrou.
Dois
passos para trás e quase gargalhou...
Mas pouco
durou: desmanchou.
Tal quais
antigos sonhos...
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
Zero
E, num
momentos de quietude (ou conformidade), você surge.
Gotas do que não será (e
nem seria!) pingam no meu rosto fatigado pelas impossibilidades.
Menos um;
apenas menos um naquela matemática incurável.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Em tempo, há tempo... – Presença real
"Amiga,
companheira,
Perdição, salvação...
Hoje não posso defini-la com um só termo ou palavra...
Ela me trai todas as vezes em que faz suas escolhas e, na sua missão, olha exatamente os que a negam, mesmo com o poder de “cura” que mostra ter.
Não a culpo,
Não a protejo,
Não a julgo...
Mas não sou feita de açúcar. E se assim fosse, já teria desmanchado ante todas as lágrimas que me fez chorar.
Implorei muitas vezes por suas mãos frias e toques certeiros, onde pudesse me levar para bem longe de qualquer lugar. E para qualquer lugar.
Ela não aceitou propostas e acabou passando perto e levando quem não deveria.
Hoje não posso defini-la com um só termo ou palavra...
Ela me trai todas as vezes em que faz suas escolhas e, na sua missão, olha exatamente os que a negam, mesmo com o poder de “cura” que mostra ter.
Não a culpo,
Não a protejo,
Não a julgo...
Mas não sou feita de açúcar. E se assim fosse, já teria desmanchado ante todas as lágrimas que me fez chorar.
Implorei muitas vezes por suas mãos frias e toques certeiros, onde pudesse me levar para bem longe de qualquer lugar. E para qualquer lugar.
Ela não aceitou propostas e acabou passando perto e levando quem não deveria.
Pura
traição...
Não quero compartilhá-la, quero-a perto de mim.
Não quero compartilhá-la, quero-a perto de mim.
Insisto
em pedir sua atenção, sou egoísta.
Seus
olhos não tardam em me ignorar.
Não sei se estar em sua presença significa fuga ou resposta. Pra mim, talvez os dois.
Passou perto de mim.
Não sei se estar em sua presença significa fuga ou resposta. Pra mim, talvez os dois.
Passou perto de mim.
Conheço-a
desde que rondou alguns de meus dias, cochichou-me verdades doídas, indicou a
viagem tão próxima... mas não minha.
Não posso negar que, de algum modo, ela ajudou na hora certa. Tirou o espinho e libertou uma alma que sofria na carne doente.
Sua presença é real e não para.
Não posso negar que, de algum modo, ela ajudou na hora certa. Tirou o espinho e libertou uma alma que sofria na carne doente.
Sua presença é real e não para.
Dinâmica.
Pedi conselhos e seu abraço assustador. Ela se esquivou, pois seu grande Orientador não a permitiu.
Somos irmãs, filhas de um mesmo Pai.
Seu toque fatal é inevitável a todos e cada um.
Não há o que argumentar quando nos mira com intrigante ternura.
Enquanto não a conheço, sonho com todos os que já trilharam seus caminhos.
Pedi conselhos e seu abraço assustador. Ela se esquivou, pois seu grande Orientador não a permitiu.
Somos irmãs, filhas de um mesmo Pai.
Seu toque fatal é inevitável a todos e cada um.
Não há o que argumentar quando nos mira com intrigante ternura.
Enquanto não a conheço, sonho com todos os que já trilharam seus caminhos.
Saudades
do Pai, saudades de pai..."
----------
Escrevi
o texto acima em dezembro de 2009, frente aos sentimentos que me ocorreram à
época, logo após o falecimento de meu pai. Foi exposto em um antigo blog que,
hoje, mantenho fechado, e é de lá que trago os textos vinculados ao título “Em
tempo, há tempo...”, todas as vezes que percebo algum traço de comunhão com os pensamentos da atualidade.
Minhas
escritas da época eram pesadas e, por conta disso, criei esse espaço para os
“novos” pensamentos, visto que minhas antigas percepções sobre mim e o
mundo não se encaixam totalmente com as atuais – apesar de ainda acontecer coincidências
nas ideias.
O que
me assustou, na verdade, foi a quantidade de “curtidas” que o texto teve no
pouco período que o blog ficou aberto (66.762 likes) e fico me perguntando se
quem leu entendeu realmente sobre o que (ou quem) eu estava falando... Será que
todos aqueles que o leram também carregam (ou carregavam) o peso da morte como
uma das poucas opções? Será que somos tantos assim, atolados no manto da
depressão e cobertos por máscaras de felicidade? Ou apenas os leitores foram complacentes
com minhas emoções? Nunca saberei. Mas afirmo o quanto me senti confusa, já que
não sei se há tantos corações amargados em perdas – e que, inclusive gostariam
de trocar de lugar com aqueles que se foram – ou apenas tentando encontrar
atalhos para fugir dos problemas – pois era assim que pensava e ainda penso
muitas vezes.
Muita coisa mudou. Muitas outras permaneceram.
Muita coisa mudou. Muitas outras permaneceram.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Frequência (da "onda")
"A admiração
tem dessas coisas: o que não nos encontra no contato de um dia a dia,
surpreende-nos pelo discurso em outrora. O som da fala, sempre tão agradável e
única, vira concretude das desconfianças – no melhor dos sentidos! “Era ele?
Sim, era!”
E é
assim que o concluído (e com ares de presente) torna-se um grande afago ao
coração quando a descoberta é feita! Romances, dramas, comédias ou aventuras? Depende
da trama! Em cada uma das possibilidades o contato impossível agora é real aos
ouvidos! Contando/Dublando histórias que se fazem vivas em minha vida!
Hoje agradeço a
maravilha de saber que sempre andou ao meu lado, fazendo-me emocionar, mesmo
nunca tendo nos conhecido!"
domingo, 12 de fevereiro de 2017
Nos passos da bailarina
“Catou”
as sapatilhas e suspirou.
O dia
passou e nem viu.
Sons e
desenhos no ar,
Sonhos
e desejos em vão.
Nem
sabe como chegou ali;
Aspirações
suas ou de outros?
Corpo
moldado para visões alheias,
Mente
inquieta por desilusões.
Nem
entende por quais motivos
Insiste
naquela dança.
Dançando
nos palcos,
Dançou
na vida.
Mas não
saberia como mudar,
Mesmo
se pudesse voltar:
Só
sabia subir às pontas
Dos pés
até as nuvens.
Dos
outros, não suas!
Olhou
para trás e não viu na penumbra
A
menina com máscaras que um dia sorriu...
Não mais
E foi quando
deixou partir,
Que
decidiu voltar.
Os
olhos e cabelos negros que antes reinavam
Em
ventos de pensamentos
Nada
mais significavam.
O amigo-irmão
que desejava ter por perto
Sentiu-se
no direito de ser “ninguém”
Quando (ela)
mais precisava.
E nas
viravoltas que a vida dá
Ele
olhou para trás
E sentiu
saudades do carinho oferecido
Mas omitido
pela unilateralidade do sentimento.
Sentiu
falta,
E se arrependeu...
Era
meia-noite:
Muito tarde
para voltar atrás.
Os
abraços já não eram,
Outros
já os tinham feito superar
A
espera de outrora.
Tempos
que não voltam,
Sentimentos
que não permeiam.
Justiça?
Talvez,
quem saberia?
Pra ela
Tanto
fazia...
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