terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Cura

Após um ano da experiência vivida (como relatado no post anterior), fiz nova análise do meu coração e de tudo o que em mim ficou. Muitas coisas aconteceram e tantas outras foram se encaixando. O resultado, logo abaixo.

(Setembro de 2016)

Há um ano consegui, finalmente, tirar os pés do chão e colocar meu coração em prova.
Eu precisava, urgentemente, enfrentar alguns demônios e acalmar a necessidade de conhecer alguém que, pela força divina, havia sacudido a presença desses “seres” em mim e ao meu redor. E foi muito difícil enfrentá-los. Nossa, como foi!...
Uma viagem angustiante dentro de minha alma, atravessando oceanos para tentar me encontrar.
Senti cada presença maligna ao meu redor e o quanto estavam fazendo mal à minha evolução para quem eu desejava ser. Porém Deus não desistiu de mim (mesmo quando nem eu me aguentava mais!).
E algo, muito sério, mudou – em mim – naqueles dias.
Consegui derrubar, com a intercessão de Nossa Senhora, o pior do pior que havia em mim! Luta com direito a cortes e arranhões que nunca serão esquecidos, pois se transformaram em cicatrizes eternas no meu peito.
Sei que não sou mais a mesma.
Ao mesmo tempo, nesse período tão turbulento, conheci aquele que me “orientou” a caminhar para o lado do Bem, independente de minhas crenças e de como meus tropeços poderiam machucar meus pés.
Durante a viagem, ele também me magoou (e talvez nem tenha percebido isso) me jogando num canto qualquer. E mesmo me sentindo um “lixo”, algo me fez querer levantar e seguir em frente. Engoli o orgulho próprio de quem precisa ouvir o pedido de perdão e enfrentei o repúdio daquele que tem o mundo “aos seus pés” e que, com a fama e sucesso, vez ou outra, acaba se confundindo em alguns olhares. Acredito que hoje, se me fiz em memória de algum modo, não há erros em interpretações.
Ainda tento entender esse “guia espiritual”. Procuro não imaginá-lo (como ele bem gosta de definir). Deixo-o apenas ser quem é. Não nego que, algumas vezes, a decepção toma conta. Palavras e ações são traiçoeiras, mas não deixo de lembrar o quão humano ele é – e não um santo, como muitos ainda o pintam. Entretanto, por não sermos amigos, não tenho a abertura necessária para apresenta-lo às minhas impressões. E, sinceramente, já não me interessa falar coisa alguma. Um abraço seria suficiente para selar o laço nada compreendido por mim,... Provavelmente porque o respeito que Deus me ensinou a ter por ele, como um ser que erra e acerta, ultrapassa meu entendimento... E, talvez, eu nunca entenda.
Enquanto isso, vou deixando o tempo correr e as lembranças dessa experiência, vez ou outra, alavancarem o pouco de bom que há em mim – sim! Tenho muito (ou tudo!) para melhorar!
Rego flores e deixo as borboletas, em amizade, voltarem para dar “bom dia”, mesmo em dias nublados. Porque sei (ah, isso eu tenho certeza!) de que, se dele não ficar coisa alguma no final, aqueles que o cercam (ou cercavam) e que hoje fazem parte da minha história, são as joias preciosas que Deus queria colocar em minhas mãos e vida...
E limpando entulhos antigos, no jardim do meu ser, possibilito a abertura de portões empoeirados para um ambiente que clama aos céus a chance de ser tornar um lugar aconchegante para encontro entre amigos queridos.
E da porta, digo em bom tom: "Entrem! A mesa está posta!"


4 comentários:

  1. Os amigos que vc fez e que estão ao seu lado são presentes de Deus como vc descreve e o que vc cresceu, amadureceu e agora percebe é muito bom, principalmente no que se refere a ele, que é falho como todos nós e acredito que depois disso tudo vc o tirou do "pedestal" que muitas a colocam e o imaginam de forma equivocada e ele mesmo não gosta.

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    1. No fundo, no fundo, Telina, eu o imaginava melhor. Foi só isso. Fruto da minha imaturidade.
      Hoje percebo que nada melhor que o tempo e o contato (mesmo que pouco) para colocarmos tudo - e todos - nos seus devidos lugares.
      Não é questão de jogar no fundo do poço, depois do conhecimento tardio. Não é isso! É apenas entender que ninguém e melhor que ninguém. Somos todos iguais e estamos numa mesma jornada, à procura do auto-conhecimento.
      Sou muito falha, sou muito incorreta. Erro até tentando fazer o certo. E com ele não foi diferente.
      Agora é seguir em frente...

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  2. Tão lindo o que escreveu, como posso falar de tão lindo sentimento. Só posso dizer que nada é por acaso, e que pessoas não entram em nossa vida por acaso! Sentimentos não vem porque escolhemos.Almas se encontram e se tocam sem nunca se terem visto, chamo isso de a outra metade. Não precisa ser pessoa do sexo oposto ao nosso. E essa outra metade nem sempre está preparada como nós para somar os conhecimentos e os sentimentos. Podem ser mais imaturas do que nós em espírito, e não entendem como nós, o que é verdadeiramente importante. Beijos.

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    1. Ainda tenho muito o que aprender sobre fatos e pessoas. E mais ainda sobre mim!
      Procuro não ser rígida nas minhas análises - pq sempre analisamos, mesmo que indevidamente! - e peço que Deus coloque as Mãos sobre minha mente para que (eu) não espere nada de ninguém.
      Quero só ser e deixar que sejam.
      Deste modo, poderei receber o que de melhor o outro tem para oferecer. Sem cobranças, sem pressas.
      É difícil, pois as falhas sobressaem (em todos os envolvidos!). Não quero que prevaleçam, já que todos temos o direto (ou a chance?) de errar e acertar. Em nós e com os outros!

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