O texto abaixo foi escrito logo que
retornei de uma viagem aos Santuários Marianos (Portugal, Espanha e França) em setembro
de 2015. Viagem complicada, cheia de mistérios dentro de mim e ao meu redor.
Agradeço a atenção de todos aqueles que se predispõem a ler minhas análises...
Em seguida, postarei minha apreciação
após um ano da referida viagem.
(outubro de 2015)
Começou com uma vontade enorme de ser curada. Agregou-se à ideia concreta de querer conhecer quem me ajudou a encontrar um norte em direção ao divino. E lá fui eu. Malas nas mãos, esperança no coração.
(outubro de 2015)
Começou com uma vontade enorme de ser curada. Agregou-se à ideia concreta de querer conhecer quem me ajudou a encontrar um norte em direção ao divino. E lá fui eu. Malas nas mãos, esperança no coração.
Já no
início, percebi o peso que teria que carregar por todo o percurso. Peso real,
impresso nas bagagens com itens desnecessários, mas que só viria a compreender
no meio do caminho... Peso espiritual, que, nas dores físicas, revelava tudo
aquilo que em mim sobrava, em trapos e entulhos mentais.
O
caminho foi complicado. Tropeços, mágoas e lágrimas. Não nego, não sabia que
seria assim. Mas, no decorrer do processo, percebi – e senti claramente na alma
– a necessidade plena de ter que passar pelo calvário que uma peregrinação
significa.
O fardo
aborrecido do início da viagem prosseguiu, em mim, por alguns dias. Desânimo,
tristeza e uma vontade imensa de voltar ao ninho. Porém, a tarefa seria
exatamente essa: descobrir nas pedras que feriam meus pés, a oportunidade de
construir castelos. Assim, persisti...
Magoei
quem eu mais amava e fui ferida por quem tanto queria bem. Meus erros,
reconheço. Quero corrigi-los, aos poucos, incansavelmente.
Aos que
me sangraram, agradeço o desconhecido golpe que me foi dado. Talvez, na minha
improdutiva percepção, não tivesse condições maduras de compreender seus reais
motivos de me humilhar frente aos olhos alheios. Agora, nada disso importa.
Quero apenas o sopro macio da lição berrante que me fez chorar.
Peregrinar
é, antes de mais nada, enxergar-se. Carregar a cruz da solidão – mesmo que
acompanhado – e perceber que o divino se revela e se renova todas as vezes que
o que está ao nosso redor começa a fazer diferença no nosso olhar.
Ninguém
falou que seria fácil. E confirmo, não é.
Contudo,
quando sacudimos o tecido que reveste nossa couraça ante o estranho,
identificamos o quão melhores podemos ser.
E, após
o retorno à rotina, conseguimos distinguir, nesses olhos humanos, todo o divino
alcançável ao toque de nossas mãos...
Nem imagino o que de tão desagradável ocorreu, mas vc agiu certo, seguiu em frente tentando aprender com o que houve, como vc disse construiu castelos com as pedras que feriram seus pés.
ResponderExcluirDepois conto para vc alguns dos fatos ocorridos, Telina
ExcluirMas qdo olho aqueles dias e comparo com o hoje, percebo que algo mudou. Mesmo que pouco, mesmo que qse imperceptível aos olhos alheios...
Só que a sensação de aceitação - de e para mim - foi tão gigante que não deixa mais que o "auto ódio" predomine.
Isso foi vitória e libertação!
Dizem que a peregrinação nos faz ter mudanças interiores enormes, e uma melhora em nosso modo de ver as coisa, os acontecimentos e as pessoas. Acredito quanto deve ter sido difícil para você, e fico feliz em ver que você está mais forte, em ver que a sabedoria que adquiriu pelos ferimentos causados, a fez ser quem é, maravilhosa. Beijos Sandra!
ResponderExcluirLevei alguns "tapas" na alma, mas valeram a pena no final.
ExcluirNão foi nada agradável!
Hoje percebo que eu tinha que passar por coisas inexplicáveis para conseguir me libertar do que havia de pior em mim - e ao meu lado (espiritualmente falando)!...