terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Escombros n'alma

Tenho imensa admiração por cenários com ruínas.
Tais visões me remontam histórias que gostaria ter experimentado um dia. E talvez até tenham feito parte de meu enredo eterno, caso as crenças que em mim habitam façam algum sentido...
Questiono-me se as cicatrizes de tudo o que precisa ser restaurado em mim possuem tal beleza ou se apenas apontam, cada dia mais, falhas e absurdos que me fazem ser quem sou.
Esse meu fascínio pode revelar mais que apenas um entusiasmo visual, pois sinto uma vontade enorme de reviver cada uma das narrativas – de pessoas e lugares – contidos naquele espetáculo congelado pelo tempo. Tento esquecer, ao menos por uns instantes, a fábula que compõe minha existência.
Não compreendo... 
Apenas acabo exaltando, mesmo sem querer e perceber, a insignificância que existe no meu ser e que o Alto, nem sempre, permite conhecer...


4 comentários:

  1. Parabéns poetisa, como é linda essa analogia que foi feita entre as ruínas materiais e as ruínas da alma.Vc sempre com uma sensibilidade extraordinária.

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    1. Ruínas em fase de restauração - e, quase sempre, muito necessárias!
      Obrigada, Telina!!

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  2. As ruínas muitas vezes levam-nos a enxergar o passado e poder fazer diferente o futuro. Acredito ser um dom, colocar-se diante do que um dia teve forma, hoje apenas resta a base, base sólida, onde tudo se reconstrói e pode recomeçar. Adoro ler o que escreve !

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    1. Meu fascínio é inexplicável!
      Como vc mesma falou: a base sólida foi terreno para muitas histórias num passado desconhecido aos olhos de hoje.
      Tento ler tais enredos no que ficou!

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