Vez ou outra, um sentimento sombrio
ataca meu peito.
Uma impressão de que, o que tento
manter comigo, foge-me pelas mãos, tal qual areia... Onde poucas são as
migalhas agarradas à pele.
Nesses instantes, acabo fazendo o
que não deveria: comparando.
Percebo minha enorme
insignificância e o quão vazia de conhecimentos tenho sido.
Vida pobre, vida escassa.
Pobre em sabedoria, escassa de
profundos sentimentos.
O que tenho a oferecer? Lamentos
e análises?
De fora, parece vitimismo.
Noutras, drama. Mas a percepção é quase tátil – daquele vento ensurdecedor que
arrasta esperanças e dissipa oportunidades únicas.
Sinto que estou passando e nada
fazendo para ficar.
Arranho um pouco algumas
histórias, mas não permaneço.
Os últimos amores do coração,
joguei no fogo do esquecimento. Percebi a extrema falta de maturidade para
lidar com tantas rejeições. Quando o tropeço é certeiro, não adianta criar expectativas.
Se sigo? Sim, é o jeito!
Ainda tenho alguns pequenos
trechos a percorrer. Nada que vire memória, mas é necessário caminhar.
Nesses passos, algumas vezes,
tenho a sensação que Deus não espera muito de mim. E noutras, que Ele nunca fez
muita questão de estar ao meu lado. Afinal, qual pai quer ver um filho tão
cheio de oportunidades, mas tão cheio de preguiças para viver a vida? Assim,
prefere conferir os outros a ter que exigir daquele ser desanimado algo
extraordinário...
O ínfimo é parte de mim.
Boas histórias? Não tenho.
Meu mundo é varado pelo reflexo
da feiura espiritual que vejo no espelho da alma.
Cada dia posiciono-me mais abaixo
e acabo me enxergando através das solas dos sapatos. Sempre acabo permitindo que
me pisoteiem e, geralmente, por quem não tem nenhum compromisso comigo.
Minha verdade não sobressai. Não
me orgulho disso; aliás, é algo patético de expor.
Entretanto, ainda tenho forças
para gritar.
É um grito abafado, quase sem
esperanças.
E é o que ainda me move a ter expectativas
do que eu ainda posso ter.
E ser.
De todas as nossas imperfeições e erros,que julgamos ter, apesar de acharmos que nada temos a ensinar, Deus confiou a nós uma missão e por isso sempre acabamos encontrando lá no fundinho a qualidade que mais se destaca em nós, muitas vezes sem perceber.
ResponderExcluirComo é bom, quando depois de tantos tropeços, auto críticas e auto analises, conseguirmos encontrar o melhor em nós, como isso que escreveu :"E é o que ainda me move a ter expectativas do que eu ainda posso ter.E ser." Lindo isso, você será...você terá porque esta expectativa que diz ter para mim divide-se em três: vontade, esperança e fé! Gosto de ler o que escreve!
Há dias que a fé some em mim... mas noutros, persiste.
ExcluirE vou indo.
Obrigada por compartilhar pensamentos!
Gosto da sua companhia! Volte sempre!
Oh querida, vc consegue descrever tudo que sente de forma clara, mas vc se pune pelas imperfeições dos outros, olha eu sofri e sofro rejeição, mas hj penso, se me rejeitou é pq não serve para mim, Deus tem algo melhor para me oferecer e vou seguindo sem medo de ser rejeitada, afinal o pior é se arrepender ser ter tentado. Melhor um não na cara de que a dúvida de não ter tentado. Querida não tenha medo da rejeição, vc se basta,se te rejeitou é pq não presta para vc. É melhor só que mal acompanhada.Um grande abraço pra vc. Te quero muito bem.
ResponderExcluirÔ, Telina, obrigada pelas palavras de afeto!
ExcluirNem tenho o que falar agora!
Só tenho a agradecer os conselhos e o carinho no papel (ou, neste caso, na tela)!
Fique com Deus, gosto muito de vc!
Mais uma vez me encontrei na sua narrativa, somos muito parecidas. Às vezes fico a me perguntar qual é a razão da minha existência...Deus sabe. ..
ResponderExcluirE, mesmo descobrindo muitas coisas ao meu (próprio) respeito, vou percebendo o quanto de mim ainda é mistério...
ExcluirIsso é bom? Não sei...
Só sei que continuo entregando minha vida nas mãos de Deus, sem tirar a responsabilidade dos meus atos!